sexta-feira, 2 de novembro de 2007

JONAS - UMA CHAMADA PARA NÍNIVE E UM BARCO PARA TÁRSIS(Esboço de Sermão)

Texto: Jonas 1.1 a 2.10

Introdução: Deus mandou que Jonas fosse à cidade de Nínive, mas ele fugiu em direção a Társis. No meio da viagem, uma tempestade colocou em risco o navio e todos os que nele estavam. Jonas confessou ser ele a causa de todo aquele mal. Os marinheiros então o lançaram ao mar e, vindo um grande peixe, o engoliu.

1- Jonas foi chamado por Deus, mas não atendeu.

Muitas pessoas são chamadas por Deus, mas preferem andar sozinhas, seguindo seu próprio caminho, sua própria vontade.
Jonas recebeu uma chamada para Nínive mas rumava em direção a Társis.Ele estava tentando fugir de seu chamado e da presença de Deus .Alguns historiadores atuais acreditam que a cidade de Társis mencionada neste texto é uma região na atual Espanha,outros porém,defendem a idéia de que Társis era um ponto geográfico um pouco mais distante,na realidade,dizem estes estudiosos que a cidade marítima de Társis,era o último porto do mundo conhecido,ou seja,Jonas não procurou apenas fugir da presença de Deus,ele estava disposto a ir ao fim do mundo!
Quantas vezes em nossas vidas não nos sentimos como o profeta Jonas,o nosso único desejo é "sumir do mapa",ir para "o último lugar da terra","jogar tudo pelo ar",no caso de Jonas a "válvula de escape" foi pegar um navio para Társis...

2- Deus enviou um vento e uma tempestade (Jn.1.4), mas Jonas não atentou para isso.

Deus permite grandes dificuldades em nossas vidas,muitas delas são sinais da parte de Deus para nos avisar acerca de algo. Há momentos em que Ele mesmo é quem sacode o nosso barco.Contudo isto não e motivo para desespero,o profeta Naum escreveu em seu livro que "o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade"(Na 1.3).
Portanto,não obstante as adversidades e provações permitidas pelo Senhor em nossas vidas,precisamos é entender que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito"(Rm8.28).Só assim poderemos aceitar nosso chamado e então cantar como a irmã Frida Vingren*:
"Se Cristo comigo vai, eu irei e não temerei, com gozo irei
Comigo vai, e grato servir a Jesus, levar a cruz
Se Cristo comigo vai, eu irei."
(Estribilho do hino "Se Cristo comigo vai",Harpa Cristã 515).

3- Jonas dormiu.

Quanto estrago tem causado o sono em meio ao povo de Deus,muitos tem dormido o sono da indiferença, usufruindo dos prazeres passageiros de uma vida pecaminosa, contudo a vida sem Cristo não é uma viagem segura para ninguém.Como alguém já disse:"Se está difícil com Ele,imagine sem Ele!"

4- O clamor aos deuses (Jn.1.5) e o esforço humano (Jn.1.13) não resolveram o problema.

O que mais me doe no texto em análise e ver os marinheiros do navio em meio aquela terrível tempestade,cada um clamando a seu deus(deuses estes que não podem salvar),enquanto Jonas,que conhecia ao Deus único e verdadeiro,dormia no porão.
Amado irmão em Cristo,você tem noção de quantas almas partem para a eternidade sem Cristo,enquanto eu e você dormimos apáticos e anestesiados no porão do navio?São multidões e multidões!E estas,ainda que inconscientemente,estão sendo tragadas pelo mar do pecado e caindo no abismo da perdição eterna!São vidas que estão andando errantes por caminhos tortuosos e escabrosos,os quais os levam a todos os lugares menos ao céu!
Costumo dizer durante as minhas pregações evangelísticas que :"todo caminho leva à Roma,porém só um caminho leva ao céu"!E nós que somos salvos sabemos muito bem que caminho é este;contudo se ainda há duvidas..."Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim"(Jo 14.6).
Ei!Psiu!agora quero falar com você querido leitor que ainda não fez uma confissão pública de Cristo(ou seja,ainda não aceitou a Jesus publicamente),lembre-se de que a idolatria, a feitiçaria e o ocultismo não trarão soluções a tempestades da sua vida.Muitas vezes nem mesmo a sua capacidade humana é eficiente.Como alguém já cantou:"Tem coisas que só Jesus faz..."

5- Deus enviou um peixe para engolir Jonas.

Apesar de toda aquela tempestade, Jonas não clamou ao Senhor (Jn.1.5-6). A situação então piorou. Jonas foi ao "fundo do poço", ao fundo do abismo,segundo ele mesmo testificou. O objetivo de Deus não era destruir a vida de Jonas, mas corrigir o seu erro.É lamentável sabermos que existem pessoas em nosso meio que só obedecem ao Senhor em meio a adversidade,Deus só encontra liberdade em suas vidas no tempo da adversidade.Estes só reconhecem a necessidade de buscar a presença divina quando o negócio fica "estreito".
Que Deus nos ensine a servi-lo independentes das situações que nos cercam,sejam elas boas ou más.

6- Jonas clamou ao Senhor (Jn.2.7).

“Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Joel 2.32.).
Aqui está o segredo da vitória,reconhecer a nossa incapacidade e prostrar-se contrito ante os pés do único Salvador,a saber Jesus Cristo.Quando tudo parece perdido,quando a derrota é inevitável,quando todas as esperanças se desvanecem,e as lágrimas já não existem mais..."É aí que Jesus aparece..."

7- Deus respondeu e livrou a alma de Jonas (Jn.2.10).

Quando entramos na presença do Senhor com sinceridade e humildade,reconhecendo que nada podemos fazer sem Ele,entra então em cena o grande livramento da parte dos céus.

Conclusão: Clame ao Senhor antes que seja tarde de mais, antes que tudo piore e creia que do Senhor vem a solução, a cura, a libertação e a acima de tudo a salvação eterna.

. . .© Copyright Leonardo Araújo - /2008. . .
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Nota.:Frida Vingren*(veja foto abaixo á direita),
Nasceu em Junho de 1891, no norte da Suécia, Frida Strandberg era de uma família de crentes luteranos. Formou-se em Enfermagem chegando a ser chefe da enfermaria do hospital onde trabalhava.
Tornou-se membro da Igreja Filadélfia de Estocolmo, onde foi batizada nas águas pelo pastor Lewi Pethrus, em 24 de janeiro de 1917. Pouco depois recebeu o batismo no Espírito Santo e O dom de profecia.
O chamado para a obra missionária sempre a impulsionou. Nessa época, surgiu na Suécia um movimento por missões, onde muitos jovens estavam imbuídos do desejo de ganhar almas para Cristo. Após comunicar ao pastor Pethrus que o Senhor a chamara para o campo missionário brasileiro, Frida ingressou em um Instituto Bíblico na cidade de Götabro, província de Närkre. O curso era frequentado por pessoas que já tinham o chamado para missões e por aqueles que tinham apenas vocação missionária.
Frida veio para o Brasil no ano de 1917, enviada pela igreja sueca e obedecendo ao chamado de Deus.
Em uma das visitas de Gunnar Vingren à Suécia devido ao seu debilitado estado de saúde, ele conheceu Frida, com quem travou forte amizade. Frida casou-se com o pastor Gunnar Vingren (fundador das Assembléias de Deus no Brasil) em 16 de Outubro de 1917 em Belém do Pará, numa cerimônia presidida pelo missionário Samuel Nyström. O casal teve seis filhos: Ivar, Rubem, Margit, Astrid, Bertil e Gunvor.
Em Março de 1920, irmã Frida foi acometida de malária, sofrendo com terríveis ataques de febre. Durante dois meses e meio, a luta pela vida foi tamanha, a ponto do marido pedir que Deus a curasse ou a levasse para si. Nesse período, a igreja em Belém se colocou em oração e jejum, esperando de Deus um milagre, que ocorreu em 3 de Junho de 1920. Depois de seu restabelecimento, ela enfrentou o problema de saúde do marido. A partir do final daquele ano, Gunnar Vingren começou a sofrer de esgotamento físico, em consequência da dedicação exclusiva ao trabalho do Senhor, e pelas vezes que também contraiu malária. Por esse motivo, o casal decidiu passar um período na Suécia. O retorno ao Pará ocorreu em Fevereiro de 1923.
Depois de muitos anos no Pará, a família Vingren, nessa época com quatro filhos, decidiu ir para o Rio de Janeiro. A mesma vontade de ganhar almas para Cristo continuou e o casal alugou uma casa no bairro de São Cristóvão, na Zona Norte da cidade, onde inaugurou o primeiro salão de cultos da AD no Estado. Irmã Frida continuou desenvolvendo atividades evangelísticas e abrindo frentes de trabalho em muitos lugares. A obra social da igreja, bem como grupos de oração e de visitas, ficou sob a responsabilidade da missionária. O dom de ensinar podia ser visto nas classes de Escola Dominical.
Na abertura dos cultos, fazia a leitura bíblica inicial e, quando o marido se ausentava em visita ao campo, era irmã Frida quem o substituía pregando e dirigindo os trabalhos. Ela gostava de ministrar estudos bíblicos.
O desprendimento da missionária e sua forte atuação na obra de Deus, muitas vezes foi motivo de crítica por parte de alguns. Mas, mesmo assim, ela nunca se limitou a desempenhar a função que o Senhor havia colocado em seu coração. Foi dirigente oficial dos cultos realizados aos domingos na Casa de Detenção no Rio e, pela facilidade que tinha para se expressar, pregava em todos os pontos de pregação da AD no Rio de Janeiro, em praças e jardins. Os cultos ao ar-livre promovidos no Largo da Lapa, na Praça da Bandeira, na Praça Onze e na Estação Central eram dirigidos pela irmã Frida.
Pela facilidade que tinha com a palavra escrita, Frida destacou-se entre os mais importantes colaboradores dos jornais Boa Semente, O Som Alegre e Mensageiro da Paz (que substituiu os dois primeiros a partir de 1930). Ela escrevia e traduzia mensagens evangelísticas, doutrinárias e de exortação. Foi também comentarista das Lições Bíblicas de Escola Dominical na década de 30. Além de escrever, Frida sempre se dedicou à música. Cantava, tocava órgão, violão e compunha hinos de grande valor espiritual. A Harpa Cristã contém cerca de 23 hinos de sua autoria, entre eles Deixai entrar o Espírito de Deus (n° 85) e Uma flor gloriosa (n° 196).

Depois de quinze anos dedicados ao nosso país, e de muito sofrimento por amor à Obra, a família Vingren decidiu retornar à Suécia em Setembro de 1932. Dias antes da partida, a filha Gunvor faleceu, vítima de uma infecção na laringe. Frida faleceu em 30 de Setembro de 1940, sete anos após o falecimento do marido.
Muitas vezes mal compreendida, questionada e criticada, Frida tinha certeza do seu chamado. Sua única convicção era de que o Senhor Jesus a acompanhava em todos os momentos de sofrimento e luta.
Ela entrou para a História como um dos maiores nomes do Movimento Pentecostal no Brasil.

FONTE: Jornal "Mensageiro da Paz", n°1.453, Junho 2006, CPAD.

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