quarta-feira, 23 de julho de 2008

Confissão de pecado - C.H.Spurgeon (5)

5)O Arrependimento de Desespero.

JUDAS: "eu pequei". Mateus 27:4.

Não o deterei por mais tempo, mas tenho de lhe mostrar outro caso; o pior de todos. É o ARREPENDIMENTO DE DESESPERO. Examine Mt. 27:4. Lá você tem um caso terrível do arrependimento de desespero. Você reconhecerá o personagem no momento que eu ler o verso: "E Judas disse, eu pequei". Sim, Judas o traidor;aquele que traiu seu Mestre, quando viu que seu Mestre foi condenado,"devolveu, compungido, as trinta moedas de prata aos anciãos, dizendo: Pequei,traindo o sangue inocente ... E tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se". Aqui está o pior tipo de arrependimento de todos; de fato, não sei se é justo chamar isto de arrependimento; isto deve ser chamado remorso de consciência. Mas Judas confessou seu pecado, e então saiu e enforcou-se.
Ó! aquela horrível, aquela terrível, aquela horrorosa confissão de desespero. Você nunca viu isto? Se você nunca viu, então agradeça a Deus pelo fato de que você nunca foi chamado para presenciar tal visão. Eu vi isto uma vez em minha vida, e peço a Deus que nunca veja de novo - o arrependimento do homem que vê a morte face a face e que diz, "eu pequei ". Você lhe fala que Cristo morreu pelos pecadores; e ele responde, "não há nenhuma esperança para mim; Eu blasfemei contra Deus na Sua face; eu O desafiei; meu dia de graça eu sei que é passado; minha consciência está cauterizada com ferro quente; eu estou morrendo, e eu sei que estou perdido!"
Ó! meus ouvintes, alguns de vocês tem tal arrependimento?
Se você tem, será um sinal futuro para todas as pessoas que pecam; se você tem tal arrependimento, servirá como advertência a gerações futuras.
Na vida de Benjamim Keach*(Ver foto à esq.) - e ele também foi um de meus predecessores - eu encontrei o caso de um homem que tinha sido crente professo, mas tinha se apartado da confissão, e tinha cometido pecados terríveis. Quando ele estava para morrer, Keach, com muitos outros amigos, foi vê-lo, mas eles nunca podiam ficar com ele mais do que cinco minutos por visita, porque ele dizia: "Vão embora; é inútil sua visita para mim; eu pequei à parte do Espírito Santo; Eu sou igual a Esaú; eu vendi meu direito de nascimento, e apesar de buscá-lo diligentemente com lágrimas, eu nunca o acharei novamente". E então ele repetia palavras terríveis, como estas: "minha boca está cheia de pedrinhas, e eu bebo absinto dia e noite. Não me fale, não me fale de Cristo!Eu sei que Ele é o Salvador, mas eu O odeio e Ele me odeia. Eu sei que tenho que morrer; eu sei que tenho que perecer!". E então seguiam-se gritos dolorosos, e ruídos horrorosos, que ninguém poderia agüentar. Eles voltaram novamente nos seus momentos de calma, mas só o agitavam mais uma vez, e lhe faziam chorar de desespero: "eu estou perdido! Eu estou perdido! É inútil me falarem qualquer coisa sobre isto!".
Ah! Pode haver um homem aqui que pode ter uma morte como esta;deixe-me adverti-lo, antes disto; e Deus, Espírito Santo, possa permitir que este homem possa se voltar para Deus, e fazer uma verdadeira penitência, e então ele não precisará mais ter nenhum medo; porque ele, que teve seus pecados lavados no sangue do Salvador, não precisará ter nenhum remorso por seus pecados, porque foram perdoados pelo Redentor.

(Continua...)

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Nota:Benjamim Keach*,nasceu em 29 de fevereiro de 1640 e morreu em 18 de julho de 1704. foi um pregador da Batista Reformada em Londres.Oriundo de Buckinghamshire, Keach trabalhou como alfaiate durante seus primeiros anos. Ele foi batizado na idade de 15 anos e começou a pregar a 18. Ele foi o ministro da congregação em Winslow, em 1668 antes de passar para a "Igreja at Horse-lie-down,Southwark",onde permaneceu por 36 anos como pastor (1668-1704). Esta congregação mais tarde se tornou a "Igreja New Park Street" e, depois, mudou-se para o "Metropolitan Tabernacle "(Tabernáculo Metropolitano) pastoreado pelo próprio Charles Haddon Spurgeon.

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